sexta-feira, 2 de julho de 2010

Oração aos Perseguidores


­- Senhor Jesus!
Nosso Divino Amigo...
Há sempre quem peça pelos perseguidos, mas raros se lembram de auxiliar os perseguidores!
Em toda parte, ouvimos rogativas
em benefício dos que obedecem,
entretanto, é difícil surpreendermos um súplica
em favor dos que administram.
Há muitos que rogam pelos fracos
para que sejam, a tempo, socorridos;
no entanto, raríssimos corações
imploram concurso divino para os fortes,
a fim de que sejam bem conduzidos.
Senhor, tua justiça não falha.
Conheces aquele que fere e aquele que é ferido.
Não julgas pelo padrão de nossos desejos caprichosos,
porque o teu amor é perfeito e infinito...
Nunca te inclinaste tão somente
para os cegos, doentes e desalentados da sorte,
porque amparas, na hora justa,
os que causam a cegueira, a enfermidade e o desânimo...
Se salvas, em verdade, as vítimas do mal,
buscas, igualmente, os pecadores, os infiéis e os injustos.

Não menoscabastes a jactância dos doutores
e conversaste amorosamente com eles,
no templo de Jerusalém.
Não condenaste os afortunados e, sim, abençoaste-lhes as obras úteis.

Em casa de Simão, o fariseu orgulhoso,
não desprezaste a mulher transviada,
ajudaste-a com fraternas mãos.
Não desamparaste os malfeitores,
aceitaste a companhia de dois ladrões, no dia da cruz.
Se Tu, Mestre,
O Mensageiro Imaculado, assim procedeste na Terra,
quem somo nós, espíritos endividados,
para amaldiçoarmo-nos uns aos outros?

Acende em nós a claridade dum entendimento novo!
Auxilia- nos a interpretar as dores do próximo por nossas próprias dores.
Quando atormentados,
faze-nos sentir as dificuldades daqueles que nos atormentam.
Para que saibamos vencer os obstáculos em teu nome.
Misericordioso Amigo, não nos deixes sem rumo,
relegados à limitação dos nossos próprios sentimentos...
Acrescenta-nos a fé vacilante,
descortina-nos as raízes comuns da vida,
a fim de compreendermos, finalmente,que somos irmãos uns dos outros.
Ensina-nos que não existe outra lei, fora do sacrifício,
que nos possa facultar o anelado crescimento para os mundos divinos.

Impele-nos à compreensão do drama redentor
a que nos achamos vinculados.
Ajuda-nos a converter o ódio em amor,
porque não sabemos, em nossa condição de inferioridade,
senão transformar o amor em ódio,
quando os teus desígnios se modificam, a nosso respeito.
Temos o coração chagado e os pés feridos na longa marcha,
através das incompreensões que nos são próprias,
e nossa mente, por isto, aspira ao clima da verdadeira paz,
com a mesma aflição por que o viajor extenuado no deserto,
anseia por água pura.

Senhor,
Infunde-nos o dom de nos ampararmos mutuamente.
Beneficiaste os que não creram em Ti,
protegeste os que te não compreenderam,
ressurgiste para os discípulos que te fugiram,
legaste o tesouro do conhecimento divino
aos que te crucificaram e esqueceram...

Por que razão, nós outros,
míseros vermes do lodo ante uma estrela celeste,
quando comparados contigo,
recearíamos estender dadivosas mãos aos que nos não entendem ainda?

É para eles, Senhor,
para os que repousam aqui em densas sombras,
que te suplicamos a bênção!
Desata-os, Mestre da caridade e da compaixão,
liberta-os para que se equilibrem e se reconheçam...
Ajuda-os a se aprimorarem nas emoções do amor santificante,
olvidando as paixões inferiores para sempre.
Possam eles sentir-te o desvelado carinho,
porque também te amam e te buscam, inconscientemente,
embora permaneçam supliciados no vale fundo
de sentimentos escuros e degradantes...

Do livro: Libertação; de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz

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