terça-feira, 17 de maio de 2011

Professores Diferentes

Entre familiares e amigos encontras, na Terra, a oficina do teu burilamento.
Com raras exceções, todos apresentam problemas a resolver.
Problemas na emoção e no pensamento.
Problemas na palavra e na ação.
Problemas no lar e no trabalho.
Problemas no caminho e nas relações.
Prossegues, assim, junto deles, como quem respira ao pé de múltiplos instrutores num instituto de ensino.
Muitos reclamam trabalho, lecionando-te paciência, enquanto outros te ferem a sensibilidade, diplomando-te em sacrifício. Há os que te escandalizam incessantemente, adestrando-te em piedade, e aqueles que te golpeiam a alma, com as lâminas invisíveis da ingratidão, para que aprendas a perdoar.
E as lições vão surgindo, à maneira de testes inevitáveis.
Agora, é o esposo que deserta, dobrando-te as cargas de obrigações, ou, noutras circunstâncias, é a esposa que se rebela aos compromissos, agoniando-te as horas... Hoje, ainda, são os pais que te contrariam as esperanças, os filhos que te aniquilam os sonhos ou os amigos que se transformam em duros entraves no serviço a fazer.
Nenhum problema, entretanto, aparece ao acaso, e, por isso, é imperioso te armes de amor para a luta íntima.
Fugir da dificuldade é, muitas vezes, a ideia que te nasce como sendo o melhor remédio.
Semelhante atitude, porém, seria o mesmo que debandar, menosprezando as exigências da educação.
Carrega, pois, com serenidade e valor o fardo de aflições que o pretérito te situa nos ombros, convicto de que os associados complexos do destino são antigos parceiros de tuas experiências, a repontarem do caminho, solicitando contas e acertos.
Seja qual for o ensinamento de que se façam intérpretes, roga à Sabedoria Divina te inspire a conduta, a fim de que não percas o merecimento da escola a que a vida te conduziu.
Ainda mesmo em lágrimas, lê, sem revolta, no livro do coração, as páginas de dor que te imponham, ofertando-lhes por resposta as equações do amor puro, em forma de tolerância e bondade, auxílio e compreensão.
Recorda que o próprio Cristo, sem débito algum, transitou cada dia na Terra, entre esses professores diferentes do espírito. E, solucionando, na base da humildade, os problemas que recebia na atitude e no comportamento de cada um, submeteu-se, a sós, à prova final da suprema renúncia, à qual igualmente te submeterás, um dia, na conquista da própria sublimação - o único meio de te elevares ao clima glorioso dos companheiros já redimidos que te aguardam, vitoriosos, nas eminências da Espiritualidade.
Emmanuel
Fonte: "Luz no lar" por Espíritos Diversos, psicografia de Fansisco Cândido Xavier



sábado, 14 de maio de 2011

Oração na festa das mães

Junto dos irmãos que reverenciam as mães que os amam, para as quais Te rogamos os louros que mereceram, embora atentos à lei de causa e efeito que a doutrina espírita nos recomenda considerar, vimos pedir abençoes também as mães esquecidas, para quem a maternidade se erigiu em purgatório de aflição!...

Pelas que jazem na largueza da noite, aconchegando ao peito os rebentos do próprio sangue, para que não morram de frio; pelas que estendem as mãos cansadas na praça pública, suplicando, em nome da compaixão, o sustento que o mundo lhes deve à necessidade; pelas que se refugiam, nas furnas da natureza, acomodando crianças enfermas entre as fezes dos animais; pelas que revolvem latas de lixo, procurando alimento apodrecido de que os próprios cães se afastam com nojo; pelas que pintam o rosto, escondendo lágrimas, no impulso infeliz de venderem o próprio corpo a corações desalmados, acreditando erroneamente que só assim poderão medicar os filhos que a enfermidade ameaça com a morte; pelas que descobriram calúnia e fel nas bocas que amamentaram; pelas que foram desprezadas nos momentos difíceis; pelas que se converteram em sentinelas da agonia moral, junto aos catres de provação; pelas que a viuvez entregou à cobiça de credores inconscientes; pelas que enlouqueceram de dor e foram trancadas nos manicômios e por aquelas outras que a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as quisessem, foram acolhidas como sombras do mundo, nos braços da caridade!...

São elas, Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de sofrimento...
Tu que reconfortaste a samaritana e secaste o pranto da viúva de Naim, que restauraste o equilíbrio de Madalena levantaste a menina de Jairo, recorda as filhas de Jerusalém que Te partilharam as agonias da cruz, quando todos te abandonavam, e compadece-Te da mulher!...

Fonte: Justiça Divina - Emmanuel / Chico Xavier