quinta-feira, 31 de maio de 2012

Reflexões

"Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão,o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai pelas suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após aluta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação."

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap X
Comunicação do Espírito João, bispo de Bordéus. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mediunidade e Jesus

Quem hoje ironiza a mediunidade, em nome do Cristo, esquece-se, naturalmente, de que Jesus foi quem mais a honrou neste mundo, erguendo-a ao mais alto nível de aprimoramento e revelação, para alicerçar a sua eterna doutrina entre os homens.
É assim que começa o apostolado divino, santificando-lhe os valores na clariaudiência e na clarividência entre Maria e Izabel, José e Zacarias, Ana e Simeão, no estabelecimento da Boa Nova.
E segue adiante, enaltecendo-a na inspiração junto aos doutores do templo; exaltando-a nos fenômenos de efeitos físicos, ao transformar a água em vinho, nas bodas de Caná; honorificando-a, nas atividades da cura, em transmitindo passes de socorro aos cegos e paralíticos, desalentados e aflitos, reconstituindo-lhes a saúde; ilustrando-a na levitação, quando caminha sobre as águas; dignificando-a nas tarefas de desobsessão, ao instruir e consolar os desencarnados sofredores por intermédio dos alienados mentais que lhe surgem à frente; glorificando-a na materialização, em se transfigurando ao lado de Espíritos radiantes, no cimo de Tabor, e elevando-a sempre, no magnetismo sublimado, seja aliviando os enfermos com a simples presença, revitalizando corpos cadaverizados, multiplicando pães e peixes para a turba faminta ou apaziguando as forças da Natureza.
E, confirmando o intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Eternidade, reaparece, Ele mesmo, ante os discípulos espantados, traçando planos de redenção que culminam no dia de Pentecostes - o momento inesquecível do Evangelho - , quando os seus mensageiros convertem os Apóstolos em médiuns falantes, na praça pública, para esclarecimento do povo necessitado de luz.
Como é fácil de observar, a mediunidade, como recurso espiritual de sintonia, não se confunde com a Doutrina Espírita, que expressa atualmente o Cristianismo Redivivo, mas, sempre que enobrecida pela honestidade e pela fé, pela educação e pela virtude, é o veículo respeitável da convicção na sobrevivência.
Assim, pois, não nos agastemos contra aqueles que a perseguem, através do achincalhe - tristes negadores da realidade cristã, ainda mesmo quando se escondam sob os veneráveis distintivos da autoridade humana -, porquanto os talentos medianímicos estiveram, incessantemente, nas mãos de Jesus, o nosso Divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus.

Eurípedes Barsanulfo

Fonte: livro O Espírito da Verdade
psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, ditado por Espíritos diversos.
Ed. FEB

sexta-feira, 4 de maio de 2012

-- "E tu donzela, pobre criança lançada ao trabalho, às privações, porque esses tristes pensamentos? Por que choras? Dirige a Deus , piedoso e sereno, o teu olhar.
-- Ele dá alimento aos passarinhos... Tem-lhe confiança: Ele não te abandonará! O ruído das festas, dos prazeres do mundo, te faz bater o coração... também desejaras adornar de flores os teus cabelos e misturar-te aos venturosos da Terra. Dizes de ti para contigo que, como essas mulheres que vês passar, despreocupadas e risonhas, também poderías ser rica. Oh! cala-te criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores inomináveis se ocultam sob esses vestidos recamados, quantos soluços são abafados pelos sons dessa orquestra rumorosa, preferirías o teu humilde retiro e tua pobreza! Conserva-te pura aos olhos de Deus! Se não queres que o teu anjo guardião para o seu seio volte, cobrindo o semblante com suas brancas asas e deixando-te com os teus remorsos, sem guia, sem amparo neste mundo, onde ficarías perdida, a aguardar a punição no outro."

-O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. VII - "Bem aventurados os pobres de espírito"
Comunicação do espírito Lacordaire.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Autolibertação

 Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do "eu", começa o teu curso de auto-libertação, aprendendo a viver "como possuindo tudo a nada tendo", "com todos e sem ninguém".
      Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes; que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.
      Lembra-te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da auto-superação.
      Consagra-te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.
      Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.
      Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.
      Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.
      Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
      Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com       Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
      Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.
      Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, "nada trouxemos para este mundo e
manifesto é que nada podemos levar dele".


Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL